Em acordo judicial com o MPTO, Estado apresenta plano para instalar serviços de alta complexidade em assistência social no interior
Em audiência judicial realizada na quinta-feira, 21, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) e o Estado do Tocantins entraram em acordo quanto à instalação de serviços regionalizados de alta e média complexidade na área da assistência social.
Na ocasião, foi homologado plano de ação, apresentado pelo Estado, que prevê a implantação de três Centros de Referência Especializados de Assistência Social Regionais (Creas) e de cinco unidades de Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora Regionais para crianças e adolescentes.
O objetivo principal da regionalização é garantir a prestação do serviço de alta e média complexidade da área de assistência social em municípios de pequeno porte, que não possuem capacidade individual para instalar e manter estas estruturas. Na área da saúde, os Hospitais Regionais já foram implantados desde a década de 90, mas na área da assistência social, até hoje, não foram implantados esses equipamentos regionais.
Na ação civil pública que requereu providências, o promotor de Justiça Sidney Fiore Júnior avaliou que a ausência desses serviços em múltiplas cidades do Tocantins impede que crianças e adolescentes em situação de risco, afastadas de suas famílias de origem, recebam os atendimentos psicossociais necessários. Em alguns casos, essas crianças são acolhidas em abrigos longe de suas cidades e de sua esfera de convívio social.
Fiore explicou que o objetivo principal da ação é exigir que o Estado do Tocantins implante esses serviços em polos regionais, e que cada polo tenha sua abrangência respectiva. Em média, cada polo envolverá cerca de 11 municípios. Ao todo, serão 13 polos regionais para atender à totalidade dos municípios do Estado até o ano de 2028.
A implementação das unidades regionalizadas caberá à Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas). Cada município tem a responsabilidade de pagar a bolsa-auxílio da família acolhedora, apenas no período em que estas estiverem, de fato, acolhendo uma criança ou adolescente. Todas as demais despesas correm por conta do ente estatal.
O plano de ação estabelece a implantação de Creas regionalizados em Gurupi, Axixá e Wanderlândia nos anos de 2024 e 2025, além de Serviços de Acolhimento em Família Acolhedora. O Estado já possui outras unidades instaladas, porém, após a instalação destas três unidades, ainda restariam cerca de 30 municípios desassistidos. Para atendê-los, o Estado do Tocantins comprometeu-se a apresentar um novo plano de ação no prazo de 12 meses, para atender à totalidade dos municípios do Estado até o ano de 2028.
Notícias Relacionadas
Após atuação do MPTO, Justiça determina que município de Talismã implante atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência
Seminário “Acolher Tocantins” fortalece o serviço de acolhimento familiar e reúne representantes municipais em Porto Nacional
Promotoria de Justiça de Ananás discute fortalecimento da rede de proteção com Conselhos Tutelares da Comarca
Mais de 140 crianças de Araguatins e região são atendidas pelo MPTO com emissão de documentos
Lançada no Tocantins, Escola de Conselhos terá promotor de Justiça em comitê gestor para fortalecer rede de proteção
Ministério Público leva cidadania e defesa dos direitos da criança para a próxima edição do TCE de Olho no Futuro em Gurupi