Voltado ao enfrentamento da violência de gênero, MPTO promove palestras para jovens de Palmas
No contexto do feminicídio, 1.492 mulheres foram assassinadas em todo o Brasil em 2024. Desse total, no Tocantins, foram 13 vítimas fatais no ano passado. Essas informações, disponíveis no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, também confirmam a necessidade de iniciativas voltadas à conscientização contra o machismo e ao enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Durante o Agosto Lilás — campanha voltada ao enfrentamento da violência contra as mulheres —, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) intensificou as ações do Anjos da Guarda, programa coordenado pelo Núcleo de Gênero (Nugen) com o objetivo de orientar estudantes quanto às questões de gênero e formar multiplicadores de conhecimento. Na última sexta-feira, 22, a equipe ministerial esteve na Demà Jovem Renapsi, em Palmas, onde houve uma conversa com jovens atendidos pela instituição de formação profissional.
Nesta terça-feira, 26, a partir das 15h, estudantes da Escola Estadual Márcia Barbosa Castro (Santa Fé), na região sul de Palmas, receberão a equipe do Nugem/MPTO formada por profissionais de direito, psicologia e pedagogia. Durante a conversa, serão apresentados os tipos e os ciclos de violência, as medidas de proteção para as mulheres e os detalhes da Lei Maria da Penha (Lei n.º 11.340/2006), entre outros assuntos. Na oportunidade, será possível tirar dúvidas e obter orientações quanto a denúncias. Desde 2019, quando foi criado, o programa esteve em mais de 100 escolas.
Interação
Na conversa com jovens da Demà Renapsi, a psicopedagoga Leila Lopes e a estagiária Helena Mayã distribuíram materiais informativos, apresentaram vídeos de apoio, explicaram aspectos legais em linguagem simples e acessível e, principalmente, ouviram as demandas e os depoimentos de cada estudante. “Nosso objetivo é conscientizar e contribuir para a formação de jovens, para que eles possam construir uma sociedade menos preconceituosa e mais igualitária e justa”, explicou Leila Lopes. A equipe do Nugem/MPTO é coordenada pela promotora de Justiça Flávia Rodrigues Cunha e também conta com o suporte da pedagoga Bruna Junqueira e da assistente ministerial Rayane Aniszewski.
Moças e rapazes puderam entender o contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher. “Essa palestra foi muito boa, porque a gente abre o olho sobre o que é violência ou não, porque muita coisa passa na nossa a vida. Por exemplo: uma pessoa controladora, a gente pensa que é algo normal, sendo que não é. É uma coisa que a gente sempre tem de vigiar e estar alerta. Eu já tinha algum conhecimento sobre o tema, mas a conversa me fez abrir mais o olho, ter um pensamento mais apurado sobre o assunto”, afirmou umas das participantes do Anjos da Guarda na Demà.
Para a coordenadora educacional da Demà Jovem Renapsi, em Palmas, Marcela Azevedo, a parceria com o MPTO é necessária para a conscientização de todas as gerações. “Além de ser um compromisso nosso, enquanto educadores e cidadãos, temos o comprometimento de formar esses jovens para a vida. Além de proporcionar trabalho e educação, a gente precisa contextualizar para as situações adversas para vida. E, nessa formação, que eles possam ser capazes de multiplicar informações, ajudando outras pessoas em contexto de violência e até eles mesmos”, destacou Marcela Azevedo.
Denúncias
Em casos de emergência e perigo imediato para a mulher vítima de violência, é preciso entrar em contato com a Polícia Militar do Estado do Tocantins, por meio do 190. Para obter orientações, fazer denúncias e buscar apoio, é possível acessar a Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180 — ou pelo WhatsApp, no número (61) 99610-0180.
No MPTO, em caso de denúncias, a população pode procurar as unidades do Ministério Público distribuídas por todas as regiões do Tocantins. O atendimento presencial regular é realizado em dias úteis, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Também é possível entrar em contato por meio do aplicativo MPTO Cidadão ou do telefone da Ouvidoria, pelo 127. Outra forma de realizar denúncia e conseguir informação é pelo WhatsApp, no número (63) 99100-2720. Mais detalhes em https://www.mpto.mp.br/ouvidoria/.
Texto: Francisco Shimada — Dicom/MPTO
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